A primeira lembrança que tenho da palavra férias,evoca viagens de carro com a família, no percurso São Paulo- Igarapava, 540 kms. de distância, uma da outra, com direito a lanchinhos "farofeiros" dentro do carro dos meus pais, que tinham desde pães de queijo, passando por mexericas, até ovos cozidos, que descascávamos, dentro do carro(!!!!!!), e temperávamos com sal (strange, very strange!...)...
O meu irmão, 5 anos mais novo que eu, como sempre, ia me provocando, durante todo o percurso, no banco de trás, querendo " invadir a minha metade do banco"...
A sequência de cidadezinhas, que eu, ansiosa e impaciente, via passar pela janela do carro, até chegar ao meu destino de férias: Campinas, Limeira, Araras, Leme, Pirassununga, Ribeirão, Ituverava, Aramina e, finalmente, Igarapava!!!
Lá moravam meu avô paterno, em uma chácara com pés de jabuticaba, manga, entre outras, e um muro alto nos fundos, que fazia a separação entre a chácara e o clube com a melhor piscina da cidade: a do "Clube Madrugada"...
Na casa do meu avô Juca, com seu violão, chapéu e paletó (num calor de mais de 30 graus...), cadeira de balanço e fumo de corda, eu dormi, nos meus primeiros anos, nas férias de meus pais, , algumas noites com eles, no quarto da frente, e acordava cedinho, feliz com o novo ambiente e os novos sons, vindos da rua...o ranger do portãozinho de ferro da frente da casa, o cantar de galos, o "pocotó" dos cascos do cavalo que puxava a carroça que trazia o leite, em galões, logo cedo, no calçamento de paralelepípedos, e a conversa excitada dos adultos, na sala ao lado...
Lembro-me do cheiro do café, do cheiro da lenha queimando no fogão, misturado ao barulho das galinhas, do lado de fora da casa, e do cheiro do cigarro de palha do meu avô e, ainda, do cheiro doce das mangas, que, nas férias de fim-de-ano, despencavam aos montes, do pé...
Lembro-me também, da farra que fazíamos, com as longas varas, que usávamos para derrubar as mangas mais cobiçadas.
Naquela casa, com seus quartos de "tábua corrida", e piso "vermelhão" no "alpendre" (essa palavra ainda existe?), moravam meu avô, sua segunda mulher, Ariza, madrasta do meu pai (minha vó Izabel, mãe do meu pai, morreu quando ele tinha 8 anos),2 tios e uma tia, desse segundo casamento do meu vô, todos moços.
Eu ficava fascinada com a "tia Mariza" a meia irmã caçula de meu pai. Ela tinha longos cabelos loiros e dormia, ás vezes, de "touca", em uma época que não conhecia chapinha, penteado que consistia em enrolar o cabelo em volta da cabeça e prendê-lo com grampos, para que, de manhã, estivessem mais lisos ainda! Ela vestia calças Lee desbotadas,como todo jovem daquela época, falava muito, como eu (e, ainda fala!), e curtia Animal's (House of the Rising Sun) e os Incríveis (Era um garoto, que como eu, amava os Beatles e os Rolling Stones), na pequena "vitrola" do seu quarto...Ela tinha 10 anos a mais que eu e era linda!!!
Eu, a-ma-va ficar olhando para ela e, sonhando, com o dia que seria uma moça também...
O " tio Nilton" tinha um jogo da memória imenso, com algumas figuras psicodélicas, feito de madeira, simplesmente, inesquecível!...
O "tio Betão", era o marujo da família. Oficial da Marinha, sempre com histórias interessantes e loucas sobre suas viagens, farras, mulheres e portos!... Embora meio pirado, eu o achava muito lindo também...
Mas, o melhor de Igarapava, estava a 2 quarteirões de distância da casa de meu avô...
Mas isso, eu conto na próxima postagem...
PROPÓSITO
PROPÓSIT
Vim ao mundo prá escrever...
Vim prá ler todos os livros...
ver todos os quadros...
" Tirar " todas as fotos...
Sentir na pele, todas as 4 estações...
E viver da troca de idéias, experiências e " energia boa "...
Como se cada dia fosse o último!...
Meu marido me chama de " esganada " !...
Acho que sou.
E é nessa ânsia de registrar cada sensação, decepção ou paixão, sentimento...
Que, a partir de hoje, vou me atirar,
prá tentar cumprir o que sinto e sempre senti:
QUE NÃO ESTOU AQUI, POR ACASO!...
Vim ao mundo prá escrever...
Vim prá ler todos os livros...
ver todos os quadros...
" Tirar " todas as fotos...
Sentir na pele, todas as 4 estações...
E viver da troca de idéias, experiências e " energia boa "...
Como se cada dia fosse o último!...
Meu marido me chama de " esganada " !...
Acho que sou.
E é nessa ânsia de registrar cada sensação, decepção ou paixão, sentimento...
Que, a partir de hoje, vou me atirar,
prá tentar cumprir o que sinto e sempre senti:
QUE NÃO ESTOU AQUI, POR ACASO!...
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