PROPÓSITO

PROPÓSIT

Vim ao mundo prá escrever...

Vim prá ler todos os livros...

ver todos os quadros...

" Tirar " todas as fotos...

Sentir na pele, todas as 4 estações...

E viver da troca de idéias, experiências e " energia boa "...

Como se cada dia fosse o último!...

Meu marido me chama de " esganada " !...

Acho que sou.

E é nessa ânsia de registrar cada sensação, decepção ou paixão, sentimento...

Que, a partir de hoje, vou me atirar,

prá tentar cumprir o que sinto e sempre senti:

QUE NÃO ESTOU AQUI, POR ACASO!...



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Igarapava- parte I-(40 anos atrás...)

A primeira lembrança que tenho da palavra férias,evoca viagens de carro com a família, no percurso São Paulo- Igarapava, 540 kms. de distância, uma da outra, com direito a lanchinhos "farofeiros" dentro do carro dos meus pais, que tinham desde pães de queijo, passando por mexericas, até ovos cozidos, que descascávamos, dentro do carro(!!!!!!), e temperávamos com sal (strange, very strange!...)...
O meu irmão, 5 anos mais novo que eu, como sempre, ia me provocando, durante todo o percurso, no banco de trás, querendo " invadir a minha metade do banco"...
A sequência de cidadezinhas, que eu, ansiosa e impaciente, via passar pela janela do carro, até chegar ao meu destino de férias: Campinas,  Limeira, Araras, Leme, Pirassununga, Ribeirão, Ituverava, Aramina e, finalmente, Igarapava!!!
Lá moravam meu avô paterno, em uma chácara com pés de jabuticaba, manga, entre outras, e um muro alto nos fundos, que fazia a separação entre a chácara e o clube com a melhor piscina da cidade: a do "Clube Madrugada"...
Na casa do meu avô Juca, com seu violão, chapéu e paletó (num calor de mais de 30 graus...), cadeira de balanço e fumo de corda, eu dormi, nos meus primeiros anos, nas férias de meus pais, , algumas noites com eles, no quarto da frente, e acordava cedinho, feliz com o novo ambiente e os novos sons, vindos da rua...o ranger do portãozinho de ferro da frente da casa, o cantar de galos, o  "pocotó" dos cascos do cavalo que puxava a carroça que trazia o leite, em galões, logo cedo, no calçamento de paralelepípedos, e a conversa excitada dos adultos, na sala ao lado...
Lembro-me do cheiro do café, do cheiro da lenha queimando no fogão, misturado ao barulho das galinhas, do lado de fora da casa, e do cheiro do cigarro de palha do meu avô e, ainda, do cheiro doce das mangas, que, nas férias de fim-de-ano, despencavam aos montes, do pé...
Lembro-me também, da farra que fazíamos, com as longas varas, que usávamos para derrubar as mangas mais cobiçadas.
Naquela casa, com seus quartos de "tábua corrida", e piso "vermelhão" no "alpendre" (essa palavra ainda existe?), moravam meu avô, sua segunda mulher, Ariza, madrasta do meu pai (minha vó Izabel, mãe do meu pai, morreu quando ele tinha 8 anos),2 tios e uma tia, desse segundo casamento do meu vô, todos moços.
Eu ficava fascinada com a "tia Mariza" a meia irmã caçula de meu pai. Ela tinha longos cabelos loiros e dormia, ás vezes, de "touca", em uma época que não conhecia chapinha, penteado que consistia em enrolar o cabelo em volta da cabeça e prendê-lo com grampos, para que, de manhã, estivessem mais lisos ainda! Ela vestia calças Lee desbotadas,como todo jovem daquela época, falava muito, como eu (e, ainda fala!), e curtia Animal's (House of the Rising Sun) e os Incríveis (Era um garoto, que como eu, amava os Beatles e os Rolling Stones), na pequena "vitrola" do seu quarto...Ela tinha 10 anos a mais que eu e era linda!!!
Eu, a-ma-va ficar olhando para ela e, sonhando, com o dia que seria uma moça também...
O " tio Nilton" tinha um jogo da memória imenso, com algumas figuras psicodélicas, feito de madeira, simplesmente, inesquecível!...
O "tio Betão", era o marujo da família. Oficial da Marinha, sempre com histórias interessantes e loucas sobre suas viagens, farras, mulheres e portos!... Embora meio pirado, eu o achava muito lindo também...
Mas, o melhor de Igarapava, estava a 2 quarteirões de distância da casa de meu avô...
Mas isso, eu conto na próxima postagem...

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